quinta-feira, 27 de março de 2014

A força da escrita


Não consigo parar, estou descontrolada, alucinada. A escrita me suga de todas as formas, me desespera e me deixa maluca, mas esse é o único desespero que vale apena sentir.  A vontade maior é entrar no papel em branco e ser preenchida de letras lindas por outra pessoa de espírito bondoso e coração caótico. Tem-se algo que te alivia que, te deixa pura, melancólica e sentimental é a escrita. Isso vem de dentro, lá do fundo do teu ser, não é pra qualquer um saber surpreender desse modo de ser.  

Logo nós

Logo eu, que ligo o meu abajur  na escuridão para ver a tua sombra em meu pensamento. Logo eu, que olho para ti e deliro nesses olhos dissimulados. Logo eu, que conto as horas para você chegar mesmo sabendo que você nunca veio. Logo eu, que leio um livro de romance e vejo você ali, preso naquele livro. Logo eu, que participo de um filme de terror e sou eu que te salvo daqueles monstros que vagam pela a sua imaginação efetiva a noite. Logo eu, que penso em nós dois tomando café e com um gole queimando minha boca e você vindo para esfria-la. Logo eu, que vivo imaginando nós nos corrigindo de algo certo ou incerto, eu não sei ao certo. Logo eu, que sei que a graça do amor. Do nosso amor. Não estar em situações, não estar em “pressa”, não estar nas coisas mais comuns, nem em atos estranbólicos, estar nas coisas mais simples. Logo eu, que espero em Deus você chegar para vivermos uma história infinita enquanto você passar. Porque logo eu? Porque não você logo? Logo eu, que acredito mais em um, “Gosto demais de você”  do que em um “eu te amo”. Logo eu, que por incrível que pareça, apesar de não ser o melhor, mas me faz ser a melhor e a mais feliz como ninguém nunca fez. Sim, é logo eu, porque,  logo depois você veio. Logo depois você prestou atenção que sempre foi você. Mesmo nas palavras e pensamentos mais clichês, sempre foi você.

_Alana Thomé


Se eu gosto de poesia? Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor. Acho que a poesia está contida nisso tudo.” 
                                                   __Carlos Drummond de Andrade


O difícil não é manter-se longe, sozinho ou a espera de algo e com medo de que falte paciência pra tudo isso. O difícil é manter-se perto do que nos quer longe, sozinho com alguém por perto e esperar o que já temos a certeza de que não irá voltar. Então, a paciência virá em último lugar, pois o que era de se esgotar já se esgotou, o “manter-se”.
_Alana Thomé

Imensurável astro



Deitada na rede em meu quintal posso avistar a Lua. Um astro tão perfeito, tão extraordinário. Sentir a brisa, observar a natureza nesse dia de sábado. Escutar Caetano, imaginar ter 3 filhos, discutir bobagens; é maravilhoso escrever. A gente ver que o papel e a caneta é um dos nossos melhores amigos e que com eles nós podemos compartilhar até o que não podemos compartilhar. Sentir a paz, sentir a felicidade, sentir um futuro perfeito e ainda sentir a presença de Deus. Não tem como a Lua, a noite não serem culpados de tudo isso. É uma imensidão que vivemos ao ver algo brilhante e redondo no alto, onde não podemos tocar, mas podemos sentir a energia positiva. São estrelas infinitas onde podemos contar, porém podemos perder as contas e mesmo assim da aquela risada deliciosa de: "Não me importo de contar de novo". Claro, amanhã é outro dia, tudo pode dá certo inclusive dá errado, e o que nos resta é crer que a cada dia possa ser um novo fim do mundo.

_Alana Thomé
Ei, mulher! Ensine-o, eduque-o.
Diga-o para respeitar as suas companheiras e diga-o que o seu melhor amigo é o livro, o papel e o lápis. Ele precisa saber que é raro algo assim e mais raro ainda saber manuseá-los. Você tem que ser essa coisa rara!
Dedique-o a felicidade e que o resto a gente pode inventar ou desinventar.
Leve-o para onde ventar.
Leve-o para qualquer lugar.
Fale-o sobre o amor e no entardecer, mostre-o, a Lua, as estrelas.
Viva o amanhecer, não apenas olhe.
Faça do amor perdido o mais singelo amor ao próximo.
E, que nada seja tempo perdido.
Que saibamos cultivar a vida para brotar a transparência do ser, do sentir e do permanecer.
Deseje as coisas puras e lindas e que tire o peso da dor, do sobreviver. 
E eu rodopio e tombo sempre
em buracos ou em um treco qualquer
e não sabendo o que é que a gente quer.

E, assim levando e não faltando as
curvas importantes e necessárias
ao qual sempre nos curvamos a negar.

Plantando, regando e colhendo, essa
é a lei que aprendemos em uma socialização
alternativa e deprimida a marcar.

Fim de vida, fim de prosa.
Não sabemos realmente o que
nos encosta-se a essa vida de escoras.
_Alana Thomé 

Doe afeto, o mundo necessita.

Já não vejo união, já não vejo solidariedade. Amor é banal e rareado. Sinto falta, me faço perguntas a um ser que vive dentro de mim movido a perguntas sem respostas. Uns falam outros deixam de falar, mas forçadamente, eu não vejo aonde a gente quer chegar. Vivo revidando tudo pra não faltar o que há de bom e contagiante, as pessoas não entendem os momentos que nos solidarizam, mas entendem aqueles que regem pelo o “não”, pelo o lado negativo. Elas só veem esse lado obscuro das coisas mesmo. Um sorriso, um olhar, um ato de carinho, ficar só com alguém que gostamos ou amamos (lembre-se sempre da diferença do gostar e amar, é importante), sentar e observar coisas simples que nos rodeiam. Mas, elas sempre vivem apressadas, perguntando as horas, subindo e descendo as escadarias da vida, é bastante comum e essas são as coisas “simples” e “importantes”, que elas necessitam para a sobrevivência. Não! Não é isso que te faz viver, não é disso que você necessita, não é isso que te faz sorrir e principalmente você não fica feliz em um fim do dia, de todos os dias chegar na sua casa e dá graças a Deus pelo o dia cansativo e “maravilhoso” que teve e deixando afetar os teus dois dias ou um, você quer mesmo se livrar de tudo isso, sair dessa rotina e viver uma bem melhor, mas estas, não te deixam. Elas te prendem, te amarram bem forte, em um nó que você não consegue nunca se desprender, até o final de suas vidas.  São por esses motivos, que envelhecemos e morremos tão rápido, porque não sabemos o SENTIDO DA VIDA, o que ela nos proporciona. Eu, particularmente, não estava interessada a escrever um texto e muito menos, dá o meu conhecimento, o pouco do saber da vida, – pouco mesmo. Tenho apenas 16. – para pessoas que necessitam, são pobres de seu próprio conhecimento ou que depois de ler vão dizer :  “É, ela estar certa.”  “Ela é sábia”. “Nossa quanta inteligência”. “Vou tentar praticar isso”. Mas, eu tento praticar sempre a solidariedade, a verdade e o amor, então eu preciso me doar e não faço outra coisa a não ser isso: doar-me.
_Alana Thomé
Das cinzas uma esperança,
Das sobras do dia um novo realce de uma criança.

Aventuras que vão e outras que ficam,
e um sorriso que finca onde a maré deságua.

Das pedras uma tartaruga,
das conchas uma pérola,
e as algas que morrem...
Os peixes se embebedam.

O fígado já não recebe.
Está tudo passando, devido esse plano,
a lucidez desaparece.

A criança já não sorri mais.
Pérolas já foram tiradas do caminho.
E enquanto os peixes...

Ah, esses... Esses morrem com o oxigênio
dissolvido da maré alta que está
provindo.
_Alana Thomé

Da solidão a gente aprende a escrever os textos mais belos. Aqueles que tiram suspiros, que tiram a dor e a discórdia. O tédio se retira, porque no momento você não o agrada. Criamos novas esperanças e proporcionamos uma vida longa e duradoura. Ter o propósito de que aquilo que a gente sente pode trasbordar tão bem pela nossa escrita e logo se transformar em uma poesia igualável. Depois, quando dá aquela ansiedade de que tem algo prestes a explodir e ser jogado em linhas, versos e prosas... É como se algo estivesse se renovando dentro do ser. 
É loucura pensar de como a poesia pode se encaixar tão bem em diversos modos.  A palavra “poesia” é tão meiga e breve que acabamos plantando amor por onde passamos. Plantando lealdade e gentileza. O coração é puro. O sorriso encantador. A voz suave de se ouvir. Os olhos um oceano e as mãos como um foguete a poetizar.
_Alana Thomé 

A vida em partes

Mas, e essa vida de transtorno, de idas e vindas. De vidas vividas, subversivas. Vida de derrotas e sofrimentos. Pensamentos que voam... E se eu cair e não me levantar mais?! São pensamentos de quando estamos no fundo do poço, não sabendo pra onde vamos, o que fazer...  Sim, são esses pensamentos que vagam muitas vezes na nossa imaginação. Deveríamos saber que mesmo não tendo mais esperança de que tudo uma hora passará, ela passa. Na vida temos que sentir arrepios pra que prolongue a arte do encontro. Devemos sorrir para os nãos da vida e mais tarde vai existir um SIM enorme e a conclusão vai ser o seu sorriso e os seus “por quês”.  Já dizia Cazuza: “O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói.”. Pessoas a todo instante se vão, outras ficam e outras hão de vir um dia e nunca mais ir. É o máximo lembrar-se disso. E se você achar que o que está fazendo é absolutamente seguro, então. Com certeza. Você está fazendo isso certo. A suprema felicidade da vida é fazer aquilo que você é. Que você seja amado apesar daquilo que você é, e não temer aos desafios da vida, pois é ele que lhe levará ao pico mais alto, podendo assim, alcançar todos os seus objetivos. E tudo aquilo que era negativo um dia sairá do seu caminho se transformando em coisas boas.

_Alana Thomé

A música com amor.

O destino te trouxe até aqui para eu te ensinar o som da melodia que lhe fiz.
Dentro dela existe o LÁ, SI, FÁ, MI, SOL. E nos meus acordes você fica ao meu LÁ-DÓ. Mas, eu entendo bem o porquê que às vezes eu fico pensando qual a poesia foi mais difícil de escrever, pois penso em determinado jeito em cada verso que escrevo. Posso te escrever ao som do berimbal, ao som de Jazz ou de MPB, mas prefiro te escrever a do improvisado, porque o ritmo é ritmado. Eu sou menina, sou anjo e sou mulher e consigo fazer um ritmo capaz de meu coração bater em LÁ e voltar em RÉ. Posso fazer cantos que nos embalam no ato e que nos reinventam em um eterno afeto, um afeto que... Sei lá me tira o suspiro igual as batidas do teu coração e de um jeito que separa sem sentir o som da melodia que desfiz. Eu sou mil formas de melodias, por favor, me deixe ser sua música?

_Alana Thomé